domingo, janeiro 16, 2011

*0 SOM DAS ÁGUAS


O Som das Águas

Cada pingo umedecendo a terra
Cada gota na face que caminha
Aquela aliada aos tufões e serra
Aqui lágrima no peito se aninha
Olhando a cachoeira vejo o som
O mesmo ritmo descendo, anistia
Vencendo a gravidade vem o tom
Fazendo melodia em eufonia
Chorando a chuva no meu telhado
A madrugada recolhe-se comigo
O pensamento viaja estremecido
Juntando o sonhar, do eu contigo
 *
Nas ondas o gemido faz poesia
Bilhões de pingos em orquestra
Cantam, e eu absorta em harmonia
Entrego-me solidária nesta sestra
O rio nas enchentes toma espaço
Inunda feito mar, e o som final
Baila na correnteza e no mormaço
Qual música e serenata divinal
Entrego-me nesta hora matutina
O sonho despojado, o sono aflito
E no encontro da hora vespertina
O corpo confabula amor contrito

SoniaNogueira

Terceiro lugar no Vi Concurso Poesias sem Fronteira
Salvador Bahia, 20 de janeiro de 2011. Coordenador 

Marcelo de Oliveira Souza